A imagem de Kley Tass que acompanha este post evoca as bonecas conhecidas como “abayomi” (do yorubá: abay = encontro; e omi=precioso). Elas começaram a ser elaboradas por mulheres africanas, nos navios negreiros, com a barra de seus vestidos, único tecido de que dispunham, para gerar um pouco de alegria naquela condição desumana. Eram feitas somente com nós, sem costura ou cola, pois não havia ferramentas. A tradição diz que, ao oferecer uma boneca abayomi, a pessoa entrega o melhor que se pode dar. Esse é o ensinamento que aquelas mulheres nos trazem, pois, nas viagens da África para as Américas o único que lhes sobrava era a sua força de vontade e dignidade e, com as bonecas, arrancavam um sorriso de quem as recebia. Hoje consideradas amuletos de alegria e felicidade, nos fazem pensar como, em toda situação, sempre podemos compartilhar o melhor de nós mesmos.
Oscar D’Ambrosio