A potência da arte se dá nas diversas maneiras como ela dialoga com o mundo. Não se trata de uma relação apenas em uma direção. O que lhe dá grandeza está nas diversas maneiras como pode ser interpretada. O processo começa nas percepções do criador, seja mais regido pela intuição, pela racionalidade ou pelo desejo de surpreender. Após dialogar, com seus sentidos atentos ao universo como um todo, à sociedade e a si mesmo, entrega seu presente plástico. É o que faz Rubens Pontes na obra que acompanha este post. As interpretações variam – e é ótimo que seja assim, mas o impacto do trabalho permanece pela maneira como oferta a sua concepção do espaço, que cativa. Vislumbramos, por exemplo, um sinal que remete à pausa e uma linha horizontal que aponta para conceitos de delimitação de espaço e de horizontes. O artista nos faz pensar – e é com indagações e desafios que a arte prospera.
Oscar D’Ambrosio