Muitas vezes são ouvidos argumentos que têm em seu bojo a convicção de que a arte, em suas variantes mais conceituais, tenderia a se afastar da vida cotidiana de todos nós. O trabalho de José Augusto Petrillo, na série “Geometria do lugar”, mostra exatamente o oposto: é muitas vezes em seus aspectos mais sintéticos que a magia e o mistério do cotidiano se instauram. O artista traz para a dimensão da estética e da reflexão fragmentos de composições que observa. Trata-se de uma percepção acurada de momentos que muitas vezes não são percebidos na dinâmica do existir. Captar jogos de linhas e luzes proporciona um pensar que advém de um entendimento que tudo que está ao redor tem uma composição a ser desvendada. Uma das grandes contribuições de José Augusto Petrillo está justamente em nos estimular a desenvolver esse olhar para que a beleza diária não nos escape.
Oscar D’Ambrosio