Paisagens são vistas muitas vezes como imagens estáticas. Mas, se observarmos bem, elas permanecem dinâmicas, regidas pelas estações do ano, pela luminosidade e por cada segundo que passa. As representações artísticas delas seguem o mesmo raciocínio. Quando realizadas com devoção, apresentam, em cada detalhe, nuanças que permitem e convidam a repetidas observações – e, em cada uma delas, surgem novas possibilidades de deleite. Adriana Florence, em sua jornada visual, apresenta justamente essa entrega ao trabalho, de modo que existe uma renovação constante em busca de alternativas plásticas na forma, no conteúdo e na interação dessas dimensões. Essa dedicação mantém o a percepção do observador atenta. A paisagem não é igual, inclusive porque, como alertava o filósofo Heráclito de Éfeso, nós também não somos os mesmos. Estamos, felizmente, em permanente transformação.
Oscar D’Ambrosio