O fascínio da arte está no fato de ela não ser igual ao que consideramos real. Por mais que a nossa mente procure justamente essa correspondência, a observação atenta de cada trabalho aponta como a criação se dá das maneiras mais diversas dentro da perspectiva que cada artista coloca, em seu trabalho, um processo criativo que envolve as suas relações com os seus desejos e frustrações e, portanto, os seus elos internos e externos com aquilo que (des) valoriza em si mesmo, na sociedade e no universo. A aquarela “Urbino”, de Sueli Martini, que acompanha este post não é, nessa ótica, uma visão da cidade italiana. A referência concreta está lá, mas o que encanta é a magia das cores, com a intensidade do amarelo a dominar a imagem, acompanhada do verde, que se sobressai na intrigante forma da vegetação à esquerda. A Urbino de Sueli Martini não é a do município real. É outra, mais mágica e sedutora...
Oscar D’Ambrosio