Cada obra artística pode ser considerada a resolução de um problema. Não se trata de encarar a criação como dor vivencial ou sofrimento emocional, mas de conceber o processo de feitura de um trabalho plástico como a busca de recursos para solucionar algum tipo de questão interna (inquietação vivencial) e/ou externa (domínio técnico) que o artista se propõe a enfrentar. Na imagem que acompanha este post, Claudia Mukay mergulha nas tonalidades da cor verde. Elas se espalham pela vegetação e pelas sombras das copas das árvores no rio. O diminuto canoeiro que navega pelo ambiente ilustra bem esse sentimento da pequenez do ser humano perante a natureza e perante a arte como um todo. Estar ciente de nossas limitações enquanto seres humanos é um passo importante para sermos criadores visuais e pessoas melhores. Com essa consciência em mente, a arte e a vida fluem melhor no rio do existir.
Oscar D’Ambrosio