A liberdade de pensar e de executar é uma característica fundamental da arte. É justamente nela que o criador Orlando Marques se baseia para realizar a sua caminhada artística. Existe no criador visual uma poética relacionada com a verticalidade: Suas imagens parecem estar flutuando, mas, ao mesmo tempo, mantêm seus vínculos com o solo. Essa ambivalência gera um jogo que multiplica conotações. Há ainda a força de uma luneta imaginária, que aproxima os objetos de nós, mas, ao mesmo tempo, existe a sensação que estamos a usar um binóculo ao contrário, que deixa as figuras mais distantes. A dinâmica, entre o vertical e o horizontal e entre o que está longe e perto, possibilita o estabelecimento de uma riqueza imagética e simbólica que torna a obra de Orlando Marques uma instigante porta de questões sobre a liberdade da arte de nos ajudar a enxergar o mundo que consideramos real.
Oscar D’Ambrosio