Quando o artista cria uma obra de arte, ele está isolado no sentido que seu processo é o de se entregar às suas ferramentas de trabalho para dar materialidade àquilo que tem na mente. A imagem “Peão solitário”, de Mauro Ferreira, funciona como uma metáfora desse caminhar. Os jogos de luzes e as tonalidades contribuem para estabelecer uma atmosfera que mostra o andar de um ser que vai conduzindo o seu cavalo (a arte), tanto em meio às alterações do tempo (o contexto) como da sociedade (as casas em meio à paisagem). Por mais sozinho que possa parecer, o artista, assim como peão criado pelas pinceladas serenas e delicadas de Mauro Ferreira, prossegue a sua jornada vivencial e existencial. Haverá momentos maior clareza ou de sombra, mas sempre o andar constante, caminhando em frente para encontrar a si mesmo e ao mundo.
Oscar D’Ambrosio