A arte se alimenta de muitos elementos. Na sua gramática, existem os criadores que seguem mais pelos passos da intuição e os que perseguem composições mais racionais em busca de respostas para as suas inquietações visuais e existenciais. A obra de Gilberto Salvador que acompanha este post proporciona um mergulho em uma pesquisa estética que tem os planos e as cores como elementos primordiais. Existe no trabalho uma inquietação das formas que dá ao observador, simultaneamente, o sentido do desequilíbrio do problema plástico proposto e o do equilíbrio encontrado. A arte parece, portanto, se sustentar entre esses dois pilares: o que ameaça as estruturas e o que as recompõe. Trata-se de um diálogo pleno de nuanças e riquezas, que Gilberto Salvador administra ao longo de uma trajetória de constantes perguntas e repostas que fascinam o observador.
Oscar D’Ambrosio