É comum a discussão entre a arte figurativa e a arte abstrata, sendo ambas facetas de uma mesma moeda, que é a capacidade humana de criar. Billy Gibbons, por exemplo, realiza uma pesquisa visual em que essa migração se dá em direção a uma busca por uma certa espiritualidade, não no sentido místico, mas no de uma mítica procura de respostas para inquietações e de um diálogo cada vez mais aprofundado com ele mesmo. A imagem que ilustra este post aponta para um aspecto fascinante de seu trabalho. Se tomarmos fragmentos da obra em que predomina a figuração, é possível encontrar momentos em que a abstração se realiza com intensidade e beleza. É desse jogo de indagações plásticas que a arte retira o oxigênio que a mantém viva. Cada novo trabalho, seja mais figurativo ou abstrato, constitui a paisagem de uma alma criadora.
Oscar D’Ambrosio