Muitos se perguntam se a arte sempre nasce do cotidiano. Quando se trata de uma representação visual, qualquer afirmativa ou negativa imperiosa é arriscada. Na obra “Coceira de cão”, de Wander Melo, que acompanha este post, é possível verificar como, a partir da observação de um cão na rua, abandonado e sem cuidado, surge um trabalho caracterizado por uma pessoal leitura poética. O cachorro pintado pelo artista de Rondonópolis, MT, é feito com as características estilísticas do artista. A principal reside nas formas em espiral, com linhas curvas e separação clara entre as áreas de cada cor ou tonalidade. O animal que surge então é uma representação do originalmente visto. Filtrado pela técnica do artista, torna-se uma outra maneira de ver o cão da chamada realidade e, dessa forma, nos convida a olhar para o mundo de uma nova perspectiva, mais sutil e enriquecida.
Oscar D’Ambrosio