O branco é a soma de todas as cores e, talvez, de todos os sentimentos. Essa é a impressão que temos ao conhecer o conjunto de trabalhos reunido na exposição “Sanagê Pele e Osso”. O artista carioca, radicado em Brasília, DF, convida a uma reflexão que vai desde a cor da sua pele à energia que sustenta os seus ossos.
A partir da espuma expandida, selante adesivo elástico de poliuretano utilizado para fixação e assentamento de batentes e janelas de madeira, de ferro e de alumínio, entre outras funções, ele constrói mapas de países africanos que evocam as pessoas capturadas e comercializadas como escravos.
A opção pelo branco, tanto nas obras quanto no espaço expositivo, abre mentes e possibilidades de interpretação. Associada simbolicamente à pureza, a cor evoca igualdade, justiça, imparcialidade e independência, valores que o trabalho do artista coloca em primeiro plano. As cartografias de Sanagê Cardoso (@artistasanage) são, assim, dele e do mundo.
Se os ossos sustentam o corpo, armazenam sais minerais e produzem células sanguíneas; a pele protege contra fungos, bactérias e produtos químicos. Analogamente, as obras do artista são a base de um pensar visual que protege contra o preconceito ao manter aberta a liberdade do pensamento e da interpretação.
Oscar D’Ambrosio