A mente é um grande campo minado a ser desvendado. Estão ali as riquezas da criatividade, assim como as raízes de psicopatias. Residem, nesse espaço misterioso, as conexões que nos fazem rir e chorar; acreditar em si mesmo e no mundo e desacreditar de tudo. Pintada com tinta acrílica sobre tela, “Territoriando”, de Angela Bassan, trata, simbolicamente, tanto dos territórios internos de cada um como dos coletivos. A sua imagem faz penar sobre os armários das relações humanas e suas profundidades, sobre aquilo que queremos mostrar e sobre o que efetivamente mostramos. Afinal, desvendar áreas de si mesmo significar invadir o espaço dos outros. Privado e público se mesclam e necessidades individuais e coletivas dialogam. A potencialidade é infinita. Construir uma tela é, desse modo, desvestir-se e vestir-se ao mesmo tempo, pois a arte nos deixa, ao mesmo tempo, nus e com nossa melhor roupa de festa.
Oscar D’Ambrosio