Quais são as veredas percorridas pelo pensamento humano? E como eles podem ser rastreados? Isso deve acontecer? A arte de Janeide Sotero levanta essas questões por meio de uma poética peculiar. A sua série “Pensamentos Rastreados” inclui trabalhos como “Dom Quixote de La Mancha – Nascimento do Tatu”, em que o célebre personagem de Miguel de Cervantes, paradigma da língua espanhola e símbolo do ser humano perdido em seus próprios sonhos, surge em um novo contexto. O deslocamento desse ícone constitui uma porta de entrada para a mente dos criadores artísticos. Por onde caminham as suas ideias? É possível explicá-las de alguma forma? Psicologia, Psiquiatria, Semiótica, Semiologia e Linguística, entre outras ciências, já buscaram desvendar o processo criativo. O fato é que trabalhos como o de Janeide Sotero (@janeidesotero)nos alertam que a capacidade artística humana é infinita – e não há felizmente quem, por mais que tente, dê conta de rastrear.
Oscar D’Ambrosio