Na aquarela, a água é protagonista. É preciso aprender a conversar com o seu tempo e a sua fluidez. Paula França, em “Sonhando em azul”, mostra como, nessa técnica, o diálogo entre a transparência e a intensidade das cores é fundamental para se atingir o resultado desejado. Explorar as possibilidades cromáticas é muito importante para desvendar os caminhos que a técnica oferece. Do mesmo modo, é saudável colocar a sensibilidade em ação para que ocorra um efetivo diálogo entre as percepções do sentir e o conhecimento do fazer. O sonho da artista é, nesse sentido, uma busca de harmonia para atingir um renovado fazer em que cada trabalho seja, ao mesmo tempo, a continuidade e o recomeço de um ciclo, pois cada aquarela é como um dia de nossa vida: semelhante em alguns aspectos, mas diferente na maioria deles, o que nos motiva a prosseguir em nossa caminhada existencial.
Oscar D’Ambrosio