Destinos são caminhos. A pintura de José Roberto Aguilar, pela sua gestualidade e força visual, pode ser vista como uma metáfora do próprio viver. Mais do que isso, é a própria existência, pois cada tela traz o DNA de uma trajetória do artista e, ao ver suas obras, as pessoas estabelecem uma relação de proximidade com o que veem.
Elas chegam perto de suas essências quando se reservam um tempo e um silêncio para mergulhar naquilo que contemplam. Segundo o artista, “outro dia, uma moça gravou uma dança linda em frente do meu quadro na exposição “Destinos” na galeria da FIESP”. “QUEM É ELA???????????”, pergunta.
Tomara que a encontre, mas se isso não acontecer, não há problema algum, pois a moça representa todos nós. Devidamente protegendo a si mesmo e aos outros com a máscara, fez o seu número. Foi uma dança, uma trajetória, um percurso, uma caminhada, um movimento com uma sequência própria, pessoal e misteriosa.
Pouco interessa se os movimentos foram perfeitos. O destino da moça se encontrou com o da exposição e com o da tela. E, ao ver aquela dança, pensei na minha dança vivencial e na dos outros. Indaguei o meu corpo e a minha alma dos meus movimentos. E sei que são, à minha maneira, tão belos como as telas de Aguilar e a jornada da moça.
Veja o vídeo da dança em: https://www.facebook.com/100000481182955/videos/5419381734754479/
Oscar D’Ambrosio