Pílula visual: Dia de Reis
As Folias de Reis têm um importante papel na cultura popular nacional. Seguramente, nesta passagem de 2020 para 2021, essas tradicionais celebrações, que motivam aglomerações, não poderão acontecer ou ocorrerão de outras formas.
Nesse contexto, as pinturas de Helena Vasconcelos sobre o tema evocam, dentro de seu estilo, em que a cores desempenham um papel fundamental, os reis Melquior (ou Belchior), Baltasar e Gaspar que, após passar pelo Palácio de Herodes, guiados pela Estrela de Belém, chegaram ao refúgio da Sagrada Família (6 de janeiro) pouco após o nascimento (25 de dezembro).
Eles levam seus presentes: o ouro (relacionado ao poder real), o incenso (ligado à fé, simboliza a oração que chega a Deus do mesmo modo que a fumaça sobe ao céu); e a mirra (usada em embalsamamentos desde o Egito antigo, remete à imortalidade da alma). Cabe lembrar que, nos países de língua espanhola, por exemplo, a abertura dos pacotes está muito mais associada ao Dia de Reis ou Epifania.
Helena Vasconcelos coloca em suas imagens os símbolos citados, além de laços e flores, dentro de sua principal característica visual de demarcação de áreas, que pode ser associada a vitrais, constituindo expressões de um fazer associado aos múltiplos objetos e pensares relacionados às festas de final de ano.
Oscar D’Ambrosio
