As mãos humanas têm o fascínio do polegar opositor. Ele permite segurar objetos, atividade essencial para criar e usar ferramentas. Quando se observa as mãos em Cueva de Las Manos, no Rio de las Pinturas, na Patagônia, Argentina, é impossível não pensar no papel delas para a história da arte. Datadas de aproximadamente 9500 a.C., no final do Pleistoceno ou começo do Holoceno, foram realizadas com pigmento branco, preto e vermelho. Temos ali mãos direitas e esquerdas e, quando as observamos, pensamos, tecnicamente, em duas alternativas. Podem ser diretamente pintadas com pigmentos naturais e aplicadas na pedra (chamado de efeito positivo) ou colocadas limpas sobre as paredes e teto, com as cores posteriormente jogadas sobre elas, dando um efeito de áurea ao redor das imagens resultantes (efeito negativo). São caminhos que, de várias maneiras, estão na arte até hoje e, na Pré-História, têm suas origens.
Oscar D’Ambrosio