Pílula visual: Expressão poética
Desenhar com carvão um corpo feminino sentado pode ser visto como um exercício artístico. Para Elisabete Bahiana (@elisabetebahiana), é muito mais do que isso. Constitui um portal para pensar a própria arte. O desenho surge como uma impressão digital que marca a existência de uma criadora visual.
Existe ali uma inteligência visual na maneira como o trabalho apresenta e representa não só a mulher, mas o seu entorno. Esse diálogo entre a figura central e o que está ao seu redor revela uma concepção do espaço e da composição. Escolher algo a desenhar significa penetrar na densidade de um mundo de seleções.
Existe um desenvolvimento individual na transformação em imagem aquilo que se vê e do que se imagina, em uma combinação de movimentos cerebrais que vão do cérebro até os comandos mais refinados das pontas dos dedos. Assim, a obra de Elisabete Bahiana nos apresenta a sua concepção visual que não é melhor ou pior a outras, mas fruto e expressão de sua poética.
Oscar D’Ambrosio
