A obra “Dom Quixote Carioca” (óleo sobre tela, 60 x 80 cm) de Alexander Pacheco, integra um série de trabalhos com o título que homenageia o herói espanhol. O fascínio de ver o “Cavaleiro da Triste Figura” pelas ruas da “Cidade Maravilhosa” intriga e fascina.
Afinal, com sua primeira edição publicada em 1605, a obra de Miguel de Cervantes, cujo título, de fato, é “El ingenioso hidalgo Don Quixote de La Mancha”, parodia os romances de cavalaria que, naquela altura, se encontravam em declínio no gosto popular.
O que desperta empatia pelo personagem é como o protagonista se entrega a essas leituras e perde o juízo, acreditando que as fictícias histórias são verdadeiras e decide se tornar um medieval cavaleiro andante, vivendo sua narrativa acompanhado de um fiel e prático criado, o célebre Sancho Pança, consumindo-se por uma paixão platônica e enfrentando moinhos de vento como se fossem perigosos dragões.
É esse personagem que ganha as calçadas do Rio de Janeiro. A questão é como ele se comportará nesse universo para ele totalmente diferente nas aparências, mas que, nas essências, tem elementos comuns com o universo quixotesco, no sentido de encontrar uma situação que lhe é adversa e onde seus ideais aprendidos em outra realidade não tem mais valor. Ao trazer essas questões, a arte de Alexander Pacheco traz indagações – e, por isso, ganha seu lugar no mundo.
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Oscar D’Ambrosio