Uma das discussões mais fascinantes na arte se dá entre a figura e o fundo. Existem imagens de todo o tipo. Em algumas, há uma separação clara, como se esses dois universos não se conversassem. Em outras, existe a possibilidade de uma fusão. Trata-se de uma questão muito importante, pois envolve diversas escolhas que o artista faz para definir o tipo de imagem que deseja criar. King Novunga, por exemplo, de Maputo, Moçambique, traz essa discussão. Que representa esse rosto que surge com as mesmas cores que estão no fundo? Como esse ser se articula com o seu entorno? Como se dá essa relação entre o que achamos que somos, o que os outros acreditam que somos e o que, de fato, somos ou podemos vir a ser? Essas questões alimentam a nossa existência, oferecendo indagações que tornam cada fazer artístico uma jornada entre fundos, formas e maneiras de existir, de pensar e de expressar o que se sente.
Oscar D’Ambrosio