Há algo muito importante na pintura: o diálogo entre as impressões que o mundo deixa no artista e aquilo que ele deseja expressar. Trata-se de um jogo que não tem respostas simples. É nessa complexidade que a arte atinge alguns de seus melhores momentos. As obras de Wilson Bozzó trabalham justamente nessa dualidade. A luminosidade proposta evoca algumas vezes o conhecimento que se tem do que chamamos realidade por meio dos olhos, das cores e das tonalidades. Já o gestual da pincelada transmite uma maneira de interpretar a si mesmo e ao mundo. Essas reflexões provêm da maneira como cada artista enfrenta os desafios que se propõe a enfrentar e que vão se multiplicando ao longo de seu percurso, movido por inquietações externas e internas. Dessa conversa, surge um trabalho progressivamente mais maduro e profissional, juntando a intuição à técnica no resultado ofertado ao observador.
Oscar D’Ambrosio