As raízes individuais e coletivas são muito importantes no desenvolvimento de uma produção artística. O trabalho de João Carlos Barros mostra isso. Nascido em Guiné-Bissau e radicado em Lisboa, Portugal, traz, em seu trabalho de pintura, imagens que remetem à ancestralidade africana, à linguagem cubista de Picasso, à interpretação do mestre espanhol das máscaras e cores africanas e à obra do artista moçambicano Malangatana, com suas composições e figuras humanas peculiares. Surge assim uma linguagem pessoal repleta de verdade interior, com cores e formas que mesclam essas referências na consecução de um maneira própria de expressar a sua cumplicidade com as suas origens, estabelecendo uma atmosfera marcada pelo mistério e pelos ricos diálogos visuais entre o que pensa e o que se realiza, cristalizando imagens realizadas com tinta a óleo sobre tela da África que carrega dentro de si.
Oscar D’Ambrosio