O movimento é uma característica muito importante quando se pensa no desafio da escultura. Floriana Plini se vale desse recurso em suas criações, principalmente quando existem personagens que dialogam entre si. Existe uma potência visual na maneira que utiliza os materiais para gerar efeitos em que há figuras humanas que, ao mesmo tempo, se aproximam e se afastam. É dessa tensão que se alimenta parte do seu trabalho, mostrando justamente o andamento de uma mecânica visual que lida com a ambiguidade entre a dependência e a liberdade. Essa complexidade abre um portal de interpretações a nos desafiar, pois a arte se dá justamente no momento em que são colocados questionamentos a serem desvendados por cada observador, num jogo que está além do chamado bonito ou feio, pois penetra no reino das essências, pleno da riqueza das incertezas.
Oscar D’Ambrosio