A escultura tem mistérios muito específicos pelo fascínio que a tridimensionalidade comporta. Ao criar uma peça, o artista está a criar um outro mundo. Existe no ato de modelar um trabalho, seja qual for a técnica, um aspecto demiúrgico. Instaurar essa nova realidade tem algo de divino. Quando se estabelece trabalhar com formas que aludem ao humano, a responsabilidade, de certa maneira, aumenta. O raciocínio de quem vê logo busca na mente a referência que conhece – e isso faz muitas vezes com que tenha dificuldade de lidar com aquilo que lhe é apresentado de maneira diferente ou mesmo inusitada. Dinorah Rosencrantz mergulha nessas questões com total convicção. Seus seres surgem a nos dizer que outros mundos são possíveis, desde que saibamos imaginá-los e realizá-los.
Oscar D’Ambrosio