Como se dá a criação visual? Essa pergunta não admite respostas simplistas. Traz múltiplas indagações que potencializam as amplas discussões. Um fator importante é conceber a arte como uma relação com o mundo que se dá pela maneira como a necessidade de criar se manifesta. Ana Verona, por exemplo, traz obras individuais e dípticos marcados pela experimentação com formas e tonalidades. Esse diálogo interno apresenta vestígios e rastros do próprio trabalho em si mesmo, pois existem pensares e repensares articulados pela criadora em seu processo de dar início ao trabalho, de desenvolvê-lo e de interrompê-lo. Afinal, a decisão de parar é tão importante como a de iniciar, pois no buscar e no sentir a hora de considerar o trabalho aparentemente pronto é que se valoriza a forma como ele foi concebido e realizado.
Oscar D’Ambrosio