O feminino se expressa na arte de muitas maneiras. Quando vai para o tridimensional, surgem aproximações com todo um universo relacionado ao espaço da casa, da roupa, do bordado, da sedução, dos segredos guardados por uma educação machista levou as mulheres a se fecharem cada vez mais dentro de si mesmas. A cerâmica e a escultura são mecanismos, sob esse aspecto, de libertação da mente e do corpo. Salete Lottermann expressa esses caminhos com uma linguagem própria. Consegue dar à sutileza da mulher a força de um discurso do existir. As peças ganham em significado quando são vistas e interpretadas nesse contexto de um feminismo que conquista espaço pela expressão visual, construindo um discurso que dá forma e voz aos sentimentos mais íntimos, guardados por gerações, que afloram com força, energia e sensibilidade artística.
Oscar D’Ambrosio