Eliane Magnani mergulha nas almas das imagens que gera. Esse movimento se dá de duas maneiras complementares, embora aparentemente antagônicas. Suas imagens apresentam uma certa leveza na forma que ocupam o papel, pela dinâmica muitas vezes do gesto, das cores e das tonalidades e pelo uso das áreas deixadas em branco, e, ao mesmo tempo, trazem uma densidade existencial sobre os passos de cada um de seus personagens na caminhada pela existência. Trata-se de uma ambivalência sedutora, entre um movimento de expressão de sentimentos e, paradoxalmente, de interiorização de impressões do mundo. É desse diálogo que a artista se alimenta para gerar interrogações fascinantes que cativam os olhos e a mente do observador, convidado a participar de um jogo sem respostas fáceis, mas pleno de mistério.
Oscar D’Ambrosio