A arte tem um papel importante em retirar o criador e o observador de uma zona confortável em que tudo parece ser conhecido. Ela cumpre – e muito bem – seu papel de ser indagadora quando apresenta uma imagem que nos faz parar para refletir alguns instantes em meio à aparente correria caótica e imediatista do mundo contemporâneo. “A Chita Curtindo o Som”, de Erli Santos Bruck, de Colônia, Alemanha, nos coloca nessa dimensão de questionamentos. Quanto há ali de humor, de crítica social, de paródia ao mundo da música e da própria existência humana? Realizado com tinta acrílica sobre tela, o trabalho traz a cor de uma maneira pontual, incisiva, que contribui para questionar o que somos e para onde vamos. Quem é a Chita e de quem é o som que ela curte neste momento? Quem se habilita a responder?
Oscar D’Ambrosio