A identidade se expressa das mais diversas formas. Está na maneira de pensar, de falar, de se vestir e de se entender perante o mundo. O trabalho visual de Gabriela Isaias apresenta fotografias em que o cabelo funciona como uma espécie de bordado a indicar jornadas. Tanto quem faz os arranjos como quem os recebe participa de uma espécie de rito iniciático que faz refletir sobre as origens, sobre atitudes presentes e sobre a construção de um futuro em que seja possível viver em uma sociedade mais igualitária. As trilhas do cabelo são as do bordar da existência, uma homenagem aos antepassados que constrói uma rede que realiza pontes essenciais entre as gerações num ir e vir pelo tempo que une e fortalece.
Oscar D’Ambrosio