"Fractal S2”, arte digital assinada como Renate Ell, da Alemanha, levanta várias questões importantes para a contemporaneidade. Uma delas é sobre a natureza dessa técnica, produzida por meios eletrônicos, como o uso de softwares e hardwares avançados que permitem a criação, a edição, o redimensionamento e outras modificações dentro do ambiente virtual. Outra é a própria ideia da geometria fractal, termo criado em 1975 pelo matemático Benoît Mandelbrot para tratar de formas em que as partes são semelhantes ao todo, o que ocorre, por exemplo, em diversos elementos da natureza. A palavra vem do adjetivo latino “fractus” e do verbo “frangere”, relacionados à ideia de algo “quebrado”, ou seja, um pedaço, uma parte, um fragmento de um todo fraturado e repetido. A utilização do vermelho e do movimento das ondas circulares contribui para dar potência visual ao trabalho, que nos questiona: quem somos nós? E em quantos nos fragmentamos para continuar existindo?
Oscar D’Ambrosio