O desenvolvimento do próprio talento com muito estudo e pesquisa é a marca registrada da artista plástica Sima Woiler. Em sua trajetória, pelo uso das mais variadas técnicas, como pintura em porcelana, óleo e acrílica sobre tela e, depois, a sua grande paixão, a aquarela, vem conquistando espaço pela maneira como lida com formas e materiais.
Oriunda de pais judeus europeus que passaram por momentos muito difíceis durante o Holocausto da Segunda Guerra Mundial, quando viram parte de suas famílias serem mortas pelos nazistas, o trabalho plástico da artista é o resultado de histórias de coragem e de perseverança que a levaram a enfrentar e vencer as mais diversas situações.
Especificamente na aquarela, Sima se encanta com os reflexos que a técnica permite. Atingir as nuanças desejadas constitui um exercício contínuo e cotidiano. Cada novo trabalho representa mais um passo no árduo e prazeroso caminho de aliar a técnica à emoção.
O trabalho com diversas técnicas – o que pode ser visto como uma convivência difícil – torna-se, para Sima, um exercício constante de liberdade. Para a artista, pintar significa passar uma mensagem por meio das tintas. Isso não significa didatismo, mas sim a veiculação de uma visão de mundo. O tema não é o importante. Pode ser uma paisagem, uma forma abstrata ou uma flor. O essencial estaria na paixão colocada em cada ato criativo.
O falar da artista está expresso justamente nos sentimentos que consegue transmitir. Por isso, o silêncio ou uma música suave, dependendo a situação, são essenciais na criação das obras. O espaço do ateliê torna-se sagrado, no sentido de propiciar a relação da criadora com o mundo. Assim, Sima Woiler sente que fala por meio das tintas e transforma seus estados d’alma em imagens.
Oscar D’Ambrosio