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Ateliês: Marcos Garrot

Ateliês: Marcos Garrot
24/10/2020

O maior compromisso do artista plástico Marcos Garrot é com a qualidade de cada obra que realiza, inicialmente figurativa e, depois, geométrica, na pintura, relevo e escultura. Seu maior esforço é para oferecer ao observador o melhor de si em cada momento de sua carreira.

A busca exige elevada dose de autocrítica e uma constante insatisfação. Da combinação desses dois elementos, surgem a força e a energia para realizar pesquisas plásticas que resultem em avanços no domínio da técnica e na maneira de trabalhar formas e cores de acordo com a necessidade.

Sua passagem da figura humana para um caminho mais abstrato e geométrico pode ser visto como um processo em que a arte é uma religião, no sentido grego da palavra, ou seja, o de propiciar a re-ligação do artista com si mesmo. Assim, ele faz um trabalho que o satisfaz num determinado instante, consegue manter seu equilíbrio existencial e constrói o alicerce que lhe permite dar novos passos.

Filho de José, imigrante português que plantava e vendia flores, e de Stella, oriunda de família italiana, Marcos Garrot, nasceu em São Paulo, SP, em 22 de setembro de 1965. Entre suas atividades preferidas, quando criança, sempre esteve o desenho.

O artista consegue motivar o observador a buscar os efeitos plásticos de seu trabalho, seja nas formas propriamente ditas, nos jogos de sombra e luz que as peças propiciam em suas mais variadas construções plásticas, seja no jogo com retângulos e círculos, no mergulho no tridimensional ou em justaposições em busca da exploração dos volumes.

Apontar o que o futuro reserva para a arte de Marcos Garrot é um exercício inútil, como qualquer outro que busca respostas prontas. O que se pode constatar é a sua disposição de manter, nos exercícios visuais que realiza em seu ateliê, o cérebro e a alma no caminho da pesquisa. Ele se mantém fiel ao próprio trabalho, realizando aquilo que acredita.

Encara, assim, cada obra como um desafio e uma possibilidade de aprimoramento visual, técnico e conceitual. É no aprofundar de um caminho, sem deixar de lado pesquisas paralelas, que a trajetória do artista se dirige a um reconhecimento cada vez maior tanto por parte do público como da crítica especializada.

Oscar D’Ambrosio