Mas, afinal, qual é o encantador mistério das máscaras? O que existe nelas que nos fascina tanto? Em breves palavras, há nelas uma lúdica atmosfera que integra dois movimentos: o de velar e o de revelar. Por um lado, usar uma delas é uma maneira de esconder a própria identidade, tornando-se anônimo ou assumindo uma outra. Por outro, escolher a máscara que se utiliza é uma forma de escancarar a si mesmo, pois há um motivo nessa seleção, podendo ser mais ou menos explícito em cada caso. Quando se vê a escultura em metal de Ivan Adalberto Nhapango, de Maputo, Moçambique, que acompanha este post, surgem essas múltiplas e infinitas questões. As máscaras caminham ainda na corda bamba entre o sagrado e o profano, podendo representar divindades ou pessoas. São também uma maneira de dialogar com os deuses que estão dentro ou fora de nós, numa dinâmica que extrapola os séculos, com conotações psicológicas, arquetípicas e antropológicas a serem desvendadas.
Oscar D’Ambrosio