Pintar animais é um desafio sob diversos aspectos. Existem questões envolvendo a coloração e a textura dos pelos, por exemplo, que demandam um cuidado especial. A arte se alimenta justamente das questões e problemas que o criador visual deseja enfrentar. Perante uma tela em branco, que tudo aceita, o artista começa a realizar as mais variadas escolhas, que vão desde a técnica escolhida, no presente caso de Hermes d'Ávila, de Cachoeirinha, RS, o óleo sobre a tela, até a composição desejada. Mas tudo isso só se realiza quando o artista coloca dois elementos em ação: a sua técnica e a sua sensibilidade. Ambas precisam caminhar juntas para que o conjunto funcione. Não basta “saber pintar” ou “saber sentir”. É necessário que esses dois elementos caminhem lado a lado e dialoguem para que o resultado final seja significativo, atendendo aos anseios do criador, que, ao se animar a mostrar o que fez, precisa estar psicologicamente pronto a ouvir as opiniões e reações do público, instaurando uma fascinante e infinita conversa.
Oscar D’Ambrosio