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Pílula Visual: Mulher, a guardiã da cultura

Pílula Visual: Mulher, a guardiã da cultura
17/10/2020

As formas de representar a mulher na história da arte são múltiplas. Há os mais diversos caminhos e, desde a Pré-História, ou seja, antes da criação da escrita, podemos encontrar, em diferentes culturas, manifestações em que é exaltado o seu papel, principalmente nas sociedades matriarcais, muitas vezes deixadas de lado pela historiografia mais tradicional e oficial. Obras como “Mulher, a guardiã da cultura”, de A. C. Guimarães, de Nampula, Moçambique, pintada com tinta acrílica sobre tela, recuperam essas tradições. Regida por um azul denso e profundo, temos a evocação da ancestralidade e dos cordões umbilicais que relacionam a mulher com o seu passado, como as deusas e sacerdotisas, e com o futuro de recuperação ou de ocupação de locais centrais na família, na educação, no trabalho e na sociedade como um todo. Ao indicar esses caminhos, A. C. Guimarães atinge a universalidade.

Oscar D’Ambrosio