Dentro dos mistérios que a arte comporta, dois dos maiores estão na técnica da aquarela e no assunto paisagens. São exatamente esses dois universos que Maria do Ampar, de São Paulo, SP, une em “Infinite”. A obra é realizada com uma manifestação visual que tem na mancha a sua principal característica, dentro do princípio da delicadeza e da leveza que instaura uma linguagem em que a margem de erro praticamente inexiste. Além disso, quando se trabalha com uma paisagem, seja ela conhecida, de memória ou inventada, manifesta-se uma inteligência perante o mundo, pois a pincelada é colocada a serviço de uma interpretação plástica que nos faz pensar sobre aquilo que vemos, o que queremos ver, o que criamos e o que desejamos criar num complexo e infinito jogo de espelhamentos que fascina e seduz.
Oscar D’Ambrosio