As manifestações de inocência na história da arte têm momentos memoráveis. Trata-se de uma temática geralmente associada ao feminino, de meninas ou mulheres jovens saindo do banho, com uma beleza que está além do físico. Trata-se de vincular à pureza de alma com um clima que não se relaciona à sedução, mas sim ao esplendor da vida. Klaudya Kaell, de Sorocaba, SP, em “Inocência”, retoma justamente esse assunto. Enfoca um tipo de assunto em que a criação de atmosferas é o mais importante. Dar ao não-verbal uma manifestação visual obriga os artistas que lidam com o gênero a realizar o desafio de instaurar um mundo próprio, em que predomine a beleza e a serenidade. Enfrentá-lo e vencê-lo, cada qual à sua maneira, é para poucos.
Oscar D’Ambrosio