A ancestralidade africana é um tema fascinante. A veneração pelos antepassados traz uma lição de coexistência entre os tempos. O passado se torna presente na existência de cada um, apontando para a construção do futuro. Os mortos e os idosos são vistos como portadores de sabedoria dessa jornada, rastros existenciais a serem seguidos para o aprendizado da caminhada humana. O trabalho “Africa Ancestry”, de Julliana da Silva Mannel, de Hamburgo, Alemanha, nesse contexto, realizado com walnut sobre papel, apresenta um universo visual que remete às pinturas da pré-história e aos seus significados religiosos, simbólicos e artísticos, evocando a ancestralidade da raça humana desde os seus primórdios, mostrando como, nos vestígios de nossos antepassados, estão as raízes do que somos e do podemos ser.
Oscar D’Ambrosio