O universo da arte abstrata é pleno de mistérios em todo o seu processo de criação. Por mais longe da aparente realidade que esteja, sempre haverá quem observe uma imagem e diga que ela se parece a algo identificável no mundo que entendemos como real. Talvez seja justamente por permitir que cada um se perca nessa jornada imagética, que ela fascina tanto.
Mergulhar nessa jornada de cores, gestos e formas pode ser uma das maneiras mais densas de mergulhar na mente de um artista e no significado da arte. É como se turbilhões de sinapses de neurônios lá estivessem à nossa espera. O curioso é que quanto mais observamos essas manifestações, maior é o desejo de mergulhar no gênero abstrato.
Giovanni Carpinelli traz para esse mundo das sensações algumas particularidades. Uma delas é o senso de profundidade. Suas obras são um convite para entrar em um portal de percepções, em que as cores e tonalidades, assim como as manchas, trazem a possibilidade de uma interrogação permanente sobre o que somos e sentimos.
O maior mérito de sua arte está justamente na possibilidade que ele abre de entender a arte como uma expressão poética que se apresenta de infinitas maneiras. Muito mais do que um campo visual a ser racionalizado, pode ser considerado uma área de percepção do mundo a ser degustada. É isso que a arte de Giovanni Carpinelli propicia.
Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus.