Quando se pensa numa caixa de guardados, muitas vezes podemos esquecer que ela está marcada por uma densa simbologia. Cada uma delas traz diversos elementos para reflexão, pois, além das suas características externas, temos o mistério daquilo que será colocado em seu interior. A caixa vale por aquilo que aparenta ser por fora e por aquilo que contém. Trata-se de uma rica ambiguidade, pois a caixa luxuosa pode ter objetos simples e a monástica tem o potencial de guardar impensáveis e relativos valores, que podem ser financeiros, religiosos, simbólicos ou pessoais. Há situações ainda em que a aparência externa e o conteúdo interno estão no mesmo ritmo. Quando se vê uma caixa como a de Ana Carmen Corbelli que acompanha este post, passa-se a pensar no processo criativo de quem a faz e naquilo que as pessoas que as adquirem colocarão dentro. Quanto mistério dos dois lados dessa equação visual e existencial...
Oscar D’Ambrosio