Erika Martins cria uma obra que dá nova vida a uma misteriosa personagem do universo egípcio, Nefertite (c. 1370 - 1330 a.C.). Muito se especula sobre essa rainha da XVIII dinastia do Antigo Egito, que foi a principal esposa do faraó Amenófis IV, mais conhecido como Aquenáton.
O casal se tornou célebre por ter promovido uma revolução religiosa, em que o politeísmo foi substituído pela adoração a um único deus, Áton, que seria o próprio disco solar, fonte de energia da vida terrena, cujo símbolo dos raios terminava como mãos que seguravam a chave do Ankh, símbolo da vida eterna com forma semelhante a uma cruz, com a haste superior vertical substituída por uma alça ovalada.
Alguns estudiosos acreditam inclusive que Nefertite, após a morte do marido, tenha reinado por algum tempo antes do filho, Tutancâmon, assumir o trono. O fato é que a rainha recebeu numerosos títulos que exaltam a sua importância e grandiosidade: Princesa Hereditária, Grande de Louvores, Senhora das Graças, Doce do Amor, Senhora das Duas Terras, Esposa do Grande Rei, Grande Esposa do Rei, Senhora de Todas as Mulheres e Senhora do Alto e do Baixo Egito, entre outros.
Para os amantes da arte, vale lembrar que o busto que representa a sua imagem era um dos mais copiados já no Antigo Egito, sendo atribuído ao escultor Tutemés, em cuja oficina foi encontrado. Portanto, ao apresentar a rainha Nefertite, as pirâmides, construídas como túmulos para os faraós e suas esposas durante os períodos do Reino Antigo e Médio, e a presença do disco solar que ela adorava, Erika Martins mostra como a soberana permanece imortal
Oscar D’Ambrosio