Os caminhos da arte despertam fascínio justamente por não serem lineares e óbvios. De onde vem a magia da criação artística? Por mais estudos que sejam feitos, a indagação permanece. A obra de Marli Takeda que acompanha este post auxilia a pensar a questão sob diversos pontos de vista.
Por um lado, existe a força do instinto de expressar uma ideia. Ao lado dele, temos a racionalidade de dar a essa visão de mundo uma determinada forma. Essa mecânica, porém, é geralmente mais bem realizada quando se busca encontrar alternativas criativas constantemente renovadas.
Quanto mais a pesquisa dos processos criativos avança, mais cada artista tende a apresentar um trabalho de qualidade, entendendo-se esta como a capacidade de dar a uma manifestação visual uma interpretação plástica que dialogue com o espectador, atingindo a esfera dos arquétipos que residem em nosso inconsciente coletivo.
Na obra de Marli Takeda, temos a construção de um fundo que traz justamente esse clima do desconhecido. Pela reciclagem de materiais, no presente caso, sobras de adesivos, surgem as mais diversas formas que, colocadas sobre a tinta, geram aglomerações e caminhos visuais que fazem refletir sobre a existência humana, gerando conexões de cada pessoa com si mesma e de cada um com a sociedade e o ambiente que nos rodeia.
Oscar D’Ambrosio