Retratos são pinturas de almas. Eles funcionam enquanto obras de arte ao ter a capacidade nos fazer penetrar em um universo de emoções. O que se observa na tela não é uma pessoa, mas uma representação. Resultado de sensibilidade e técnica, comunica não só uma maneira de fazer, mas, principalmente, uma percepção de mundo. Angela Canabrava, pelo uso da luz, das cores e das tonalidades, oferece uma concepção da pretensa realidade caracterizada pela criação de atmosferas em que cada personagem que surge traz uma requintada dose de humanidade. O pintar motiva nosso refletir sobre quem são os retratados, qual é seu tempo e função existencial e, pensando sobre eles, indagamos a nós mesmos, em um fascinante movimento de internalização de sentimentos.
Oscar D’Ambrosio