O universo das metrópoles ganha em Stella Gomide uma dimensão própria. A partir de caixas de embalagens, cria uma visão do mundo urbano caracterizada pelo uso das linhas para representar edifícios, ruas e pessoas. Trata-se de uma arte sustentável que aponta um futuro para uma realidade geralmente marcada pela desesperança. É pelo conceito de reciclagem que surge a possibilidade de instaurar cidades em que a arte tenha o seu lugar. Uma nova urbanidade talvez surja ao se ter a consciência que, dos restos da civilização, pode aparecer uma recriação reciclada, repaginada, em que a cor, a alegria e a vida brotam do abandonado.
Oscar D’Ambrosio