A poética de David Willian é marcada por símbolos que se aglutinam em imagens plenas de significados. A garrafa aponta, por exemplo, para os náufragos que lançam as suas mensagens ao mar. No presente caso, o que se comunica é um alerta que envolve a questão feminina, com imagens feitas com tinta preta sobre papel branco que, mergulhadas em água, geram um simultâneo processo de aprisionamento e de compulsória e contínua transformação. Nessa atmosfera diferenciada, as metáforas se multiplicam e os sentidos se adensam. Se “o mesmo homem nunca se banha no mesmo rio”, temos, nas obras de David Willian, mulheres distintas com águas diferentes em um processo de misteriosa e imprevisível renovação poética e visual.
Oscar D’Ambrosio