A natureza tem uma força incontrolável que se incrusta pelas frestas, gretas e espaços de edifícios abandonados. A artista visual Giuli Sommantico expressa esse poder ao tomar como mote um prédio localizado às margens do Rio Negro, em Iranduba, AM, que remonta ao Ciclo da Borracha. Suas fotografias, impressas em tecido com inserções de bordados com fios de algodão, seda e metálicos, articulam uma poética que motiva a refletir sobre a passagem do tempo. As paredes são apropriadas pela natureza e pelas linhas da vida. Evidencia-se que aquilo que ficou para trás e não volta; e que o que está agora em evidência também não será duradouro. Tudo está em mutação a propiciar variadas e ricas possibilidades de leituras visuais e existenciais.
Oscar D’Ambrosio