Mundialmente famosa pelas suas enormes estátuas de pedra, os moais, a província chilena da Ilha de Páscoa tem uma história diferenciada, que mescla mundos distintos. Graças a estudos arqueológicos, acredita-se, por exemplo que seus primeiros habitantes eram oriundos da Polinésia – e não nativos americanos, o que pareceria mais lógico pela proximidade física.
O primeiro navegador europeu que ali chegou foi o holandês Jacob Roggeveen, no século XVIII, que partiu do litoral chileno, abrindo caminhos para exploradores espanhóis e ingleses. Em 1888, o governo chileno anexou a ilha – e parte dela funcionou como uma enorme fazenda de ovelhas administrada por uma empresa escocesa, enquanto os nativos foram escravizados.
A visão que o projeto Entremundos, de Erick Amarante, traz da Ilha de Páscoa, mundo em que vários mundos se encontram, é do alto. As 16 imagens aéreas em mosaico alertam como o ponto de vista é tudo na construção de uma história. Andar entre mundos significa tentar colocar em diálogo distintas visões, que abarcam desde a mais distante até a mais próxima.
A riqueza está nas diversidades das formas de pensar, de olhar e de sentir. As diversas formas de ver o mundo são os melhores caminhos para entender que, entre pessoas, sociedades, histórias e lendas, sempre existem interstícios. Olhar as imagens reunidas por Erick Amarante, assim, é mais do que ver. É buscar estar no lugar do outro para encontrar a si mesmo.
Veja a sequência de imagens em: https://youtu.be/8XNmvFexXUE
Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordenador do projeto @arteemtempodecoronavirus.