Para homenagear o Dia da Amazônia, lembrado dia 5 de setembro, a pintora Maria Tereza Braz enfoca uma ave que não está ameaçada de extinção, mas que é vítima de caça excessiva e que vem sofrendo com a degradação ambiental. É a cigana (Opisthocomus hoazin), também chamada de jacu-cigano, nativa da zona Norte da América do Sul.
Descrita pela primeira vez em 1776, a cigana habita as zonas pantanosas e alagadas das bacias hidrográficas do Amazonas e do Orinoco. Semelhante a um faisão, tem cauda e pescoço longos, olhos vermelhos e uma cabeça pequena que termina numa crista de penas avermelhadas.
Conta-se que, ao ser descoberta, foi erroneamente considerada uma cruza entre aves e macacos. Excelente nadadora, é chamada de “vaca voadora” pelos voos curtos e desajeitados. Vive empoleirada nos ramos das árvores e, herbívora, tem um sistema com bactérias no papo que ajuda na decomposição da celulose das folhas ingeridas.
Os recém-nascidos possuem garras no polegar e no indicador, sendo capazes de subir nos galhos das árvores. Quando as asas se tornam mais fortes, na idade adulta, elas desaparecem. É lindo ver como histórias sobre essas e outras aves amazônicas se multiplicam no imaginário, que, sempre oferece belas narrativas e imagens, como esta da artista visual portuguesa.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br