O Voo do Uirapuru
Preservacionista e artista visual, José Benedito Ferreira, o Zé, desenvolve uma série de obras sobre pássaros estilizados, dentro de um estilo pessoal e diferenciado. Para lembra o Dia da Amazônia, celebrado dia 5 de setembro, escolheu uma maneira diferente de tratar um assunto que caracteriza como “tão preocupante e ao mesmo tempo tão palpitante”.
O trabalho “O voo do Uirapuru” faz “pensar na Amazônia referenciando a sua proteção de forma global num pequeno passarinho, cujo cantar é grandioso como ela”. O triste é que a beleza do canto do uirapuru, assim como a Amazônia, corre risco de extinção. “Que o uirapuru não deixe de cantar e voar na Amazônia em uma realidade de paz, harmonia e equilíbrio”, diz.
A lenda do pássaro conta que ele era um jovem guerreiro índio, chamado Quaraçá que adorava passear pelas matas tocando sua flauta de bambu. Apaixonou-se por Anahí, casada com o cacique da tribo. Perante esse amor impossível, ele decidiu buscar a ajuda do deus Tupã, que, para que ele não sofresse mais, o transformou em um pequeno pássaro colorido.
Recebeu o nome de Uirapuru (“ave enfeitada”, em tupi-guarani) e, quando via a amada, cantava para ela. O cacique, também maravilhado, entrou na floresta para aprisionar o pássaro – e nunca voltou. Sozinha, Anahí fica a ouvir o pássaro, sem saber que, se ela descobrir quem ele é, o encanto será desfeito. Que o pássaro e as tradições permaneçam...
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br